A Baixa, a cidade de Pombal, é a zona plana de Lisboa que começa nas Praças do Rossio e da Figueira a norte e se estende a sul até à praça do Comércio onde a cidade se abre ao Tejo.

A Baixa anterior ao século XVIII era uma parte da cidade que tinha crescido mal, com as ruas tortuosas e estreitas, com problemas de acessos e saúde pública. A existência de numerosas igrejas e palácios da nobreza dificultavam quaisquer tentativas de modernização da Baixa.
No dia 1 de Novembro de 1755, a cidade de Lisboa foi atingida por um grande terramoto, seguido por um tsunami e um incêndio que durou vários dias. Nenhum bairro de Lisboa foi tão atingido como a Baixa. Simultaneamente com a tragédia surgiu também a oportunidade histórica de construir uma cidade moderna no centro de Lisboa.

A nova configuração da baixa só foi possível pelo génio político e administrativo do Marquês de Pombal, o homem que superintendeu a reconstrução de Lisboa depois do terramoto.
O plano geral da Baixa foi elaborado em apenas 5 meses. O paço real da Ribeira foi removido do Terreiro do Paço que foi rebaptizado como Praça do Comércio. Foram delineadas várias ruas no sentido Norte/Sul, que receberam nomes de profissões (Ruas do Ouro, da Prata, dos Sapateiros ou dos Douradores), atravessadas por outras ruas no sentido Este/Oeste que receberam nomes de santos (Nicolau, Sta Maria da Vitória, Santa Justa, Assunção e Conceição). A rua principal da Baixa passou a ser a rua Augusta que se inicia no Rossio e acaba no Arco Triunfal da Praça do Comércio.

O plano de pormenor foi feito em 3 anos. Muitas soluções anti-sísmicas inovadoras foram adoptadas. A unidade estrutural passou a ser o quarteirão. As Igrejas existentes foram redesenhadas de forma a integrar-se no quarteirão. Toda a envolvente política e social foram de tal forma impactada que se pode dizer que a Baixa é a cidade de Pombal, também conhecida por Baixa Pombalina.
O processo de construção foi muito rápido atendendo à dimensão do projecto. Muitos elementos foram standardizados de forma a que pudessem ser produzidos em larga escala (azulejos, telhas). As cantarias das janelas e das portas foram também uniformizadas de forma a que pudessem ser talhadas nas pedreiras e trazidas para o local de construção apenas quando eram necessárias.

O quarteirão Pombalino foi concebido de forma a poder ser escalável ou exportãvel para outros locais como por exemplo Vila Real de Santo António no Algarve.
A Baixa Pombalina é contemporânea de S. Petersburgo no Neva ou Washington DC no Potomac, mas ao contrário destas cidades que foram construídas de raiz, é a reconstrução de uma cidade pré-existente.