Era uma vez… uma praia junto à aldeia do Restelo na margem direita do Tejo, perto do local onde o rio encontra o Atlântico. Durante o século XV e particularmente a partir da conquista de Ceuta (1415) esta zona tornou-se o ponto de partida e chegada das frotas que ano após ano partiam para o reconhecimento da costa africana. A actividade marítima trouxe também a construção e reconstrução navais e toda a logística que a ela está associada.
O grande mentor desta actividade foi o Infante D. Henrique, que em 1452 ordenou a construção da Ermida de Nossa Senhora de Belém (de onde resultou a designação do lugar). O objectivo era a prestação dos serviços religiosos aos navegantes e à nova comunidade local.
Os navegadores Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral e as suas tripulações fizeram vigílias na Ermida de Nossa Senhora de Belém, antes de embarcarem nas viagens que os conduziram à India (1497) e ao Brasil (1500).


Em 1496, o rei D. Manuel solicitou ao Papa autorização para a construção de um grande mosteiro destinado a substituir a Ermida. Em 1498 o futuro mosteiro foi doado à Ordem de São Jerónimo.

A construção do Mosteiro dos Jerónimos iniciou-se em 1502 e prolongou-se por cerca de cem anos, O arquitecto que concebeu o projecto original foi Diogo de Boitaca. Tal como a vizinha Torre de Belém, o estilo arquitectónico é o manuelino, caracterizado pela exuberante decoração em elementos da natureza.


O Mosteiro dos Jerónimos é o símbolo traduzido em pedra da epopeia dos portugueses nos séculos XV e XVI. Foi escolhido por D. Manuel como seu local de descanso eterno, bem como dos seus descendentes.

Em 1983, o Mosteiro dos Jerónimos foi classificado como Património Mundial da UNESCO.
O que pode ver:
- visita gratuita – a fachada sul exterior, o magnífico portal lateral da Igreja, o portal principal e a Igreja com o túmulo do poeta Camóes no lado direito de quem entra e do navegador Vasco da Gama no lado oposto – duração recomendada: 15 minutos
- visita paga – tudo o que está incluído na visita gratuita e ainda acresce o claustro, as áreas monásticas e o acesso ao coro para uma vista da Igreja a um nível mais elevado – duração recomendada: 30 minutos

Curiosidades:
- as superfícies viradas para o Tejo (onde entravam e saiam os visitantes por via marítima) são muito mais decoradas do que todas as outras. Por exemplo, o portal lateral da Igreja é incomparavelmente mais decorado do que o principal
- o valor de 5% das receitas da coroa com o comércio das especiarias foi atribuído às obras do Mosteiro. Este valor correspondia no século XVI a um valor anual de cerca de 70kg de ouro
- antes da regularização das margens do Tejo, o rio chegava bastante mais perto do Mosteiro do que actualmente
- o Mosteiro foi dimensionado para 100 frades
- os pasteis de Belém tiveram origem nas cozinhas do Mosteiro
Horário das visitas (não guiadas): 10h00 – 17h30 de Outubro a Abril e 18h30 de Maio a Setembro (última entrada 30 minutos antes do encerramento)
Encerramento: Segundas-feiras e 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio, 13 de Junho e 25 de Dezembro. Aos Domingos de manhã as visitas estão limitadas pela ocorrência de serviços religiosos
Bilhete de entrada: 10€ (gratuito até 12 anos). A bilheteira encontra-se na entrada do Museu de Arqueologia
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